Língua Portuguesa 6º ano
19/10/2020
Leia com atenção o poema do escritor e poeta Carlos Assumpção
Complexo
A nação tem vergonha de si mesma
Tem vergonha de si mesma tem vergonha
Tem vergonha de minha presença
Tem vergonha de minha cultura
Tem vergonha de meu sangue que em suas veias circula
Então se volta contra mim maldosamente
Então se volta contra mim me pisa me humilha
Distorce minha história deseja que eu desapareça
Eu era livre na África
Não vim aqui por que quis
De repente precisaram de braços que construíssem este país
E me arrebataram para cá preso em correntes
Fui eu que construí o que a nação tem
Agora a nação tem vergonha de si mesma
Agora tem vergonha de minha presença
Agora tem vergonha de minha cultura
Agora tem vergonha de meu sangue
Agora se volta contra mim
Fui eu (repito e repetirei sempre)
Fui eu quem construiu o que esta nação tem
Não quero saber de coisa alguma
Só sei que esta nação é minha também.
Carlos assumpção. Poemas reunidos “Não pararei de gritar” 1ª edição. Companhia das letras 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário, responderemos o mais breve possível!