domingo, 18 de outubro de 2020

Língua Portuguesa

 Língua Portuguesa 6º ano

19/10/2020

Leia com atenção o poema do escritor e poeta Carlos Assumpção

Complexo

A nação tem vergonha de si mesma

Tem vergonha de si mesma tem vergonha

Tem vergonha de minha presença

Tem vergonha de minha cultura

Tem vergonha de meu sangue que em suas veias circula

Então se volta contra mim maldosamente

Então se volta contra mim me pisa me humilha

Distorce minha história deseja que eu desapareça


Eu era livre na África

Não vim aqui por que quis

De repente precisaram de braços que construíssem este país

E me arrebataram para cá preso em correntes


Fui eu que construí o que a nação tem

Agora a nação tem vergonha de si mesma

Agora tem vergonha de minha presença

Agora tem vergonha de minha cultura

Agora tem vergonha de meu sangue

Agora se volta contra mim

Fui eu (repito e repetirei sempre)

Fui eu quem construiu o que esta nação tem

Não quero saber de coisa alguma

Só sei que esta nação é minha também.


Carlos assumpção. Poemas reunidos “Não pararei de gritar” 1ª edição. Companhia das letras 2020


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